domingo, 18 de maio de 2003

Barreira da Serra. 2º Treino Extraordinário de Mergulho.

RELATÓRIO TREINO DE FORMAÇÃO

Albufeira Castelo do Bode – Barreira da Serra - 18 Maio 2003

Introdução

Os tempos modernos e a exigência cada vez maior na nossa sociedade, obriga a que os Bombeiros tenham uma actualização constante nos conhecimentos no sentido de uma resposta eficiente ás solicitações de socorro por parte das populações.

O surgimento de novos desportos aquáticos e de novos locais para prática dos mesmos, aliado a outros factores sociológicos, levou a um extraordinário aumento do número de praticantes nos chamados Desportos Aquáticos. Este facto é por si só fonte de potencial aumento do número de acidentes no meio aquático, e exige uma consequente e crescente preocupação dos Bombeiros nesta área.

Foi neste contexto e com o intuito de promover o contacto com o meio aquático/subaquático aos novos elementos da equipa, bem como a todos os restantes elementos, que por um ou outro motivo não têm tido esse contacto regularmente, bem como promover o espirito de grupo/equipa e a apreensão de novas técnicas e o aperfeiçoamento das adquiridas anteriormente, que o Núcleo de Mergulho levou a cabo mais este treino de mergulho.

Descrição sucinta do treino
(Desenvolvimento)

- Briefing após chegada ao local com a reafirmação dos objectivos do treino e já constantes do plano de treino previamente fixado;

- Reconhecimento do local (Condições Meteorológicas, Local para equipamentos e verificação da existência de embarcações nas proximidades);

- Breve palestra com a descrição do local a nível do subaquático (tipo de fundo, profundidades existentes e outros perigos presentes). Indicação do tipo de busca a efectuar em caso de ocorrência naquele local (praia fluvial não vigiada) e descrição do mesmo ("modus operandi");

- Montagem de equipamento de segurança em redor do local (Bóias de Sinalização, Cabos guia, etc...);

- Re-certificação da operacionalidade de todo o equipamento;

- Mergulho de reconhecimento do local, até à profundidade de 21m;

- De-briefing;

- Regresso ao quartel, limpeza dos materiais e viatura e enchimento das garrafas.


Conclusão

Face aos objectivos traçados no plano do 2º Treino Extraordinário 2003, poderemos dizer que o treino constituiu um sucesso total e que todos os objectivos propostos foram cumpridos na integra.

Porém, dado estarmos a falar de objectivos tão primordiais, não deixa de causar a sensação de “Saber a pouco”, face ao que se pretende num futuro imediato e ao que se entende por extremamente necessário.

Este treino veio “por a nu” aquilo que todos nós já sabíamos, ou seja, a falta de treinos, de mergulhos recreativos e/ou em operação, conduziu a um deficiente nível de aquacidade (leia-se – “O à vontade como o mergulhador se sente num meio que lhe é hostil”).

Como conclusão, deixo aqui excertos do relatório do “I Seminário Nacional de Bombeiros Mergulhadores” realizado em Viana do Castelo nos dias 23 e 24 de Maio de 1998 e que servem de conclusão e reflexão para os próximos treinos:

“As actividades de mergulho, sendo exercidas num meio hostil ao ser humano, revestem-se de potenciais e múltiplos perigos cujos riscos devem ser compreendidos pelos seus praticantes a fim de poderem ser diminuídos ou anulados os seus efeitos.” ;

“Esta e outras limitações constituem uma das dificuldades que é preciso ter em conta durante a formação dos mergulhadores, tornando-se oportuno redigir algumas considerações sobre situações indutoras de pânico, pois este factor é o principal responsável pelos acidentes mortais na prática do mergulho.

Com é óbvio, uma pessoa em pânico dificilmente consegue controlar-se, reconhecer os riscos que atravessa no momento e, por isso, não poderá por si só executar os procedimentos necessários à sua segurança.

A primeira regra fundamental para um elevado grau de segurança no mergulho é, sem dúvida, saber reconhecer o estado mental indutor do pânico. Para a maioria das pessoas isso é muito difícil de conseguir, pois os mecanismos que desencadeiam este estado emocional não permitem o discernimento dessa situação. Torna-se, por isso, necessária uma outra regra fundamental que permita salvaguardar a primeira: nunca mergulhar sozinho.

Se um mergulhador entrar em pânico, a presença de um companheiro poderá salvá-lo de qualquer consequência fatal, o que não aconteceria se estivesse entregue a si mesmo, num mergulho solitário.”

“A revisão periódica do material de mergulho, especialmente do regulador e da garrafa de ar comprimido, deve fazer parte dos hábitos do mergulhador, a fim de serem evitadas avarias em plena imersão”.

Sem mais de momento,
Com os Melhores Cumprimentos,

O Responsável pelo Núcleo,
Paulo Jorge Antunes da Silva

Quartel em Tomar, 21 Maio de 2003.

Sem comentários:

Enviar um comentário